1 de abril de 2008

Sentir os pregos nas nossas mãos...


A nossa vida foi-nos generosamente dada por Deus, nosso Pai, que nos criou à sua imagem e semelhança. Tornou-nos assim admnistradores de algo que não nos pertence, algo demasiado precioso para nós nos descurarmos de tratá-la bem.
Com tamanha graça concedida, todo o nosso percurso terreno vem de Deus e para Ele deve convergir. Os dons que recebemos, adquirimos e descobrimos, por vezes leva-nos a ser tudo aquilo que não é suposto sermos, a vivermos numa espécie de ilusão que nos descaracteriza da nossa verdadeira essência de vida. A reflexão a fazer é sobre o propósito da nossa vida, até que ponto estamos preparados para assumir as nossas limitações de sermos homens e mulheres, e assim a razão de termos que dar as nossas mãos para que aceitemos o sacrificio e a dor de não estarmos a cumprir a vontade de Deus.
Todos os dias somos tocados por coisas boas e por coisas más que nos alegram ou nos fazem entristecer! Tudo o que é bom, o pensamento imediato é que nós fizemos por merecer tamanha graça... Contudo, quando algo não nos agrada, a tendência é de colocar as culpas Naquele que tem o poder de impedir que algo de mal nos aconteça: Deus!
Pode um Pai de amor desejar algo de mau para um dos seus filhos? A resposta óbvia é um não redondo. Mas quando se pergunta se quererá Deus que passemos por uma "via sacra" para assim nos podermos libertar de algo mau, que nós não nos apercebemos mas que faz parte de nós, a resposta não será tão óbvia quanto a anterior.
Deus amou de tal modo os Homens que entregou o seu filho unigénito para morrer, fez o Deus tornar-se homem, humilhando assim a sua natureza divina.
Que pai faria uma coisa dessas a um filho? Certamente nenhum pai o faria mas Deus, Pai de todos os pais fê-lo! Ele que nos ama mais do que possamos imaginar. Os designios de Deus são misteriosos para nós mas nós tentamos sempre desvenda-los numa tentativa de compreendermos o que não está ao alcance da nossa compreenção.
Deus, desde que fomos pensados, está connosco, no silêncio, observando, mostrando-nos o caminho e nós continuamos cegos.
O que para nós é mal, para Deus é amor! Se morrem crianças inocentes, a culpa é de Deus ou é da estupidez do Homem? Se Deus corrigisse todo o mal com uma série de intervenções divinas será que haveria conversão de todos os Homens? Ou toda a gente agiria tranquilamente pensando que se fizesse algo de mal, Deus apareceria e corrigiria? Será que se todo o Homem tomasse consciência de que é pecador deixava de haver pecado?
É preciso mudar, é preciso sermos Homens de Deus, é preciso deixar de sermos deuses das nossas vidas pois a vida não nos pertence a nós.
Se Deus nos pede para sofremos então aceitemos o sofrimento e soframos por amor. Se Deus nos pede sacrificios então digamos: eis o teu servo! Se Deus nos pede para amar então amemos sem medida. Se Deus nos pede para dar-mos as nossas mãos para sermos nós a receber os pregos que cravaram Cristo na cruz então digamos: faça-se a Tua vontade!
O desafio de vivermos na certeza do amor que Deus tem por nós é grande mas se não o fizermos, continuaremos a ser apenas sombras de homens e mulheres que foram criados para viverem em abundância e felicidade.
Cabe a cada um de nós olhar para dentro e até que ponto continuamos a acreditar que Deus não está connosco quando na realidade nós somos a sua casa...

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